Em entrevista coletiva, o governador Greg Abbott havia dito inicialmente que 14 crianças haviam morrido.
Mais tarde, o senador texano Roland Gutierrez disse em entrevista à TV americana que mais quatro crianças morreram no ataque, elevando a cifra para 18. Além disso, ele disse que o total de adultos mortos chegou a três. Não está claro se o criminoso, morto no local, faz parte desta contagem.
Por fim, um porta-voz do Departamento de Segurança Pública do Texas informou no final da noite desta terça que o total de crianças mortas é de 19. Mais dois adultos também foram mortos.
O incidente foi registrado na escola Robb Elementary, na cidade de Uvalde, a 130 km de San Antonio. O caso já é considerado como o mais mortal dos EUA desde o massacre na escola Sandy Hook, em Connecticut, que deixou 26 pessoas mortas – 20 crianças entre 6 e 7 anos e seis adultos – em 2012.
Por enquanto, sabe-se que as crianças mortas são do 2º, 3º e 4º ano do colégio. A escola, uma "elementary school", recebe alunos de 5 a 10 anos. O criminoso foi identificado pelas autoridades como Salvador Roma, de 18 anos.
Não há, até a última atualização desta reportagem, informações sobre as motivações do ataque. Informações divulgadas pela imprensa americana dão conta de que o assassino teria atirado contra a sua própria avó antes de se dirigir para a instituição de ensino.
Mulheres choram após ataque em escola do Texas em 24 de maio de 2022 — Foto: Reuters
Além das mortes, estudantes deram entrada em um hospital da região com ferimentos e o banco de sangue da cidade fez um pedido para doações. Uma criança e uma mulher de 62 anos precisaram ser transferidas para uma cidade vizinha, para um centro de saúde especializado em traumas.
Tiroteio na escola
No começo da tarde, por volta do meio dia, a polícia de Uvalde respondeu a um chamado na escola de ensino fundamental Robb Elementary.
Eles isolaram a área e pediram que os pais dos alunos aguardassem a liberação e entrega organizada dos estudantes em um local seguro.
Nos EUA, o ano letivo termina em junho, quando começam as férias de verão, e a escola Robb Elementary estava em sua última semana de aulas.
Crianças entram em um ônibus escolar enquanto policiais guardam a cena de um tiroteio suspeito perto da Robb Elementary School em Uvalde, Texas, EUA, em 24 de maio de 2022 — Foto: REUTERS/Marco Bello
Tiroteios em massa têm se tornado mais comuns nos EUA e o número de casos como esse tem aumentado nos últimos anos.
Em 2021, foram 34 ataques em escolas, o maior número registrado desde 1999 – quando iniciou a série histórica –, segundo levantamento do jornal "The Washington Post".
Não há um balanço oficial do governo americano que registre o número de ataques com armas em escolas do país.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em um pronunciamento que "é hora de agir" contra o lobby de empresas de armas no país.
"Como uma nação, nós devemos nos perguntar 'quando é que vamos nos opor ao lobby das armas?'", disse em discurso na Casa Branca. "É hora de agir".
Desde que assumiu a presidência dos EUA, Joe Biden tem advogado contra a venda de armas e pede maior controle federal sobre o tema.
Há duas semanas, um atirador matou 10 e deixou 3 feridos em um supermercado da cidade de Buffalo, no estado de Nova York.
No ano passado, Biden chegou a apresentar uma proposta limitando o acesso, mas o assunto no país é bastante polarizado e o direito de portar armas está na 2ª Emenda da Constituição americana.
Sempre que o estado tenta controlar o acesso a este tipo de equipamento, grupos lobistas recorrem à Justiça para derrubar a decisão.