realizada de 21 a 23 de junho de 2021 mostra que 60% da população brasileira acha que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade, enquanto 28% têm visão contrária. Os que não souberam responder a pergunta foram 12%. O levantamento ouviu 2.500 entrevistados nas 27 unidades da Federação pouco antes de ser comemorado o dia do orgulho LGBTI, em 28 de junho, mês que celebra pautas importantes para o movimento.
A luta de ativistas e da comunidade LGBTI no Brasil tem longa história, sendo uma de suas primeiras conquistas a descriminalização do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, em 1830, a partir do
, assinado por Dom Pedro 1º. O leque de direitos, no entanto, começou a se expandir –mesmo que lentamente– a partir dos anos 2000. Mas só em 2011 o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu a legalidade da união estável entre casais homoafetivos. Em junho de 2019, como último grande acontecimento para a comunidade, o Supremo, por 8 votos a 3,
–equiparando-a ao crime de racismo.
Esta pesquisa foi realizada no período de 21 a 23 de junho de 2021 pelo
PoderData, a divisão de estudos estatísticos do
Poder360. A divulgação do levantamento é feita em
parceria editorial com o Grupo
Bandeirantes. Foram 2.500 entrevistas em 445 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a
metodologia lendo este texto. Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o
PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
DESTAQUES DEMOGRÁFICOS
Os mais ricos e escolarizados são os que mais acham que a homossexualidade deve ser aceita pela sociedade. Já os mais pobres, os que cursaram até o ensino fundamental e os moradores da região Centro-Oeste são os que mais rejeitam. Leia os recortes por sexo, idade, região, nível de instrução e renda:

MAIOR REJEIÇÃO ENTRE BOLSONARISTAS
Entre os que consideram o trabalho do presidente da República “
ótimo” ou “
bom“, 36% acham que a homossexualidade não deve ser aceita. Essa taxa cai para 20% entre os que rejeitam Bolsonaro. O chefe do Executivo já proferiu diversas declarações consideradas homofóbicas desde que assumiu o Planalto. Em dezembro de 2019, por exemplo,
afirmou que um repórter que o acompanhava tinha uma
“cara de homossexual terrível”. Em outubro de 2020,
associou o ato de beber Guaraná Jesus –refrigerante cor-de-rosa– a “
boiolas“, termo pejorativo para se referir a homossexuais masculinos. Em ambos os casos acima, Bolsonaro pediu desculpas depois da repercussão negativa.

PESQUISA MAIS FREQUENTE
O
PoderData é a única empresa de pesquisas no Brasil que vai a campo a cada 15 dias desde abril de 2020. Tem coletado um minucioso acervo de dados sobre como o brasileiro está reagindo à pandemia de coronavírus. Num ambiente em que a política vive em tempo real por causa da força da internet e das redes sociais, a conjuntura muda com muita velocidade. No passado, na era analógica, já era recomendado fazer pesquisas com frequência para analisar a aprovação ou desaprovação de algum governo. Agora, no século 21,
passou a ser vital a repetição regular de estudos de opinião.
