ENTENDA: “OS GUARDIÕES DO CRIVELLA”
Segundo a TV Globo, os funcionários se organizam por meio de grupos no WhatsApp. Um deles tem o nome de “Guardiões do Crivella”, em referência ao prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos). A emissora constatou a existência de outros 2 grupos com a mesma finalidade: “Assessoria Especial GBP” (gabinete do prefeito) e “Plantão”. Nos grupos, os funcionários públicos ficam sabendo para qual hospital devem se dirigir e enviam foto no local para “bater o ponto”.
A reportagem teve acesso ao conteúdo das mensagens enviadas. Em uma ocasião, os funcionários foram repreendidos depois que a reportagem ao vivo de 1 jornalista não foi interrompida. A Globo mostrou imagens com “invasões” vividas por jornalistas da emissora e ocasiões nas quais entrevistas tiveram que ser interrompidas.
Um dos funcionários destacados para a missão contou à TV Globo que a tática foi colocada em prática no fim de 2019. “Nós temos essa missão lá [hospitais públicos] há mais de 8 meses. Antes, já estava funcionando, mas quando entrou a covid em março, ficou todos os dias. Existe plantão nas unidades para poder cercear a imprensa”, falou.
Em nota, a prefeitura do Rio de Janeiro disse que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública, como, por exemplo, quando uma parte da imprensa veiculou que 1 hospital (no caso, o Albert Schweitzer) estava fechado, mas a unidade estava aberta para atendimento a quem precisava. A Prefeitura destaca que uma falsa informação pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde”.