GOVERNADOR DO RJ - STJ afasta Wilson Witzel do cargo por suspeita de irregularidades
28/08/2020 28/08/2020 07:25 156 visualizações
O Superior Tribunal de Justiça determinou, nesta sexta-feira (28/8), o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por suspeita de irregularidades cometidas na saúde. A ordem foi assinada pelo ministro Benedito Gonçalves. Há mandado de busca e apreensão sendo executado contra a mulher do governador, Helena Witzel, no Palácio das Laranjeiras. A medida também foi determinada contra o vice-governador, Claudio Castro, e contra André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa (Alerj). No total, são 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão. Segundo o G1, o presidente do Partido Social Cristão, Pastor Everaldo, foi preso. Dentre outros alvos há mandados contra Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, e Sebastião Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda. Os mandados estão sendo cumpridos também em endereços nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais e no Distrito Federal. Também está sendo alvo de busca e apreensão um endereço no Uruguai, local onde estaria um dos investigados cuja prisão preventiva foi decretada. Denúncia A denúncia enviada ao STJ pela Procuradoria-Geral da República imputa a Witzel e mais oito pessoas por corrupção por pagamentos efetuados por empresas ligadas ao empresário Mário Peixoto ao escritório de advocacia de Helena Witzel. A contratação do escritório de advocacia serviria para permitir a transferência indireta de valores de Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto para Wilson Witzel. Foram denunciados, neste primeiro momento, o governador Wilson Witzel, sua esposa, a primeira-dama Helena Witzel, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos e Gothardo Lopes Netto. Segundo o MPF, o principal mecanismo de obtenção de recursos financeiros por meios ilícitos era o direcionamento de licitações de organizações sociais e a cobrança de um percentual sobre pagamentos de restos a pagar a empresas fornecedoras do estado. Uma das operações suspeitas, objeto da operação, é a contratação da Organização Social Iabas para gerir os hospitais de campanha idealizados para o tratamento de pacientes com covid-19. As investigações apontam que a OS tem relação com um dos grupos que controlam a saúde no Rio, contribuindo também com propina. Além dos desvios no Poder Executivo, foi apurado que alguns deputados estaduais podem ter se beneficiado de dinheiro público desviado de sobras dos duodécimos do Poder Legislativo. O MP também imputa ao desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Rio, Marcos Cruz, um esquema de liberação de indenizações trabalhistas para empresas investigadas nessa ação.