48% são contra criação de imposto sobre transações digitais, indica PoderData

21/08/2020 21/08/2020 07:33 149 visualizações
Pesquisa PoderData mostra que 48% dos brasileiros são contra a criação de 1 imposto sobre transações digitais, ideia estudada pela equipe econômica do governo. Outros 29% são favoráveis à proposta, e 23% não souberam ou não responderam. O projeto que institui o novo tributo ainda não está pronto. Deverá ser enviado ao Congresso depois, em outra parte da reforma tributária, que está sendo apresentada aos poucos. Segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), a arrecadação do microimposto digital deve cobrir os custos da desoneração da folha de pagamento das empresas, impulsionando novas contratações. Acha que arrecadaria mais de R$ 100 bilhões por ano –embora não existam estudos conclusivos. Guedes afirma que a carga tributária do Brasil é alta porque incide sobre uma base pequena. As transações financeiras forneceriam uma base grande de tributação e possibilitariam uma alíquota menor para outros tributos. O PoderData explicou como funcionaria o novo tributo aos entrevistados. A pergunta teve o seguinte enunciado: “O governo federal está discutindo a criação de 1 novo imposto de 0,2% sobre transações digitais. O imposto ajudaria o governo a reduzir o custo das empresas na hora de contratar trabalhadores. De maneira geral, você é a favor ou contra a criação desse novo imposto?”.A proposta de 1 imposto sobre transações digitais, que poderia incidir sobre saques e transferências, remete à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que abarcava todas as movimentações bancárias e foi extinta em 2007. O governo, porém, rejeita essa comparação. “As pessoas, inadequadamente, por maldade, por ignorância, falam que isso é nova CPMF, mas não há problema, o tempo é senhor da razão”, disse Paulo Guedes em audiência na Câmara, no início do mês.

Ministro da Economia em audiência na Câmara no início de agostoReprodução/YouTube/Câmara

A semelhança entre os 2 impostos parece influenciar a opinião dos brasileiros. Os mais jovens (de 16 a 24 anos), que menos se lembram de como era cobrada a CPMF, são, proporcionalmente, os mais favoráveis à proposta (35%). O percentual desse grupo que rejeita o imposto é de 44%, taxa menor que a média geral (48%). Considerando todos os grupos, os que mais se mostraram contrários a esse tipo de taxação foram:
  • homens – 52%;
  • os que têm 60 anos ou mais – 53%;
  • moradores da região Centro-Oeste – 55%;
  • os que têm nível superior – 68%;
  • os que ganham mais de 10 salários mínimos – 76%.
Leia a estratificação completa:A pesquisa foi realizada pelo PoderDatadivisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é realizada em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes. Os dados foram coletados de 17 a 19 de agosto, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 481 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

NOVO IMPOSTO X AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE BOLSONARO

presidente da República nega desde a pré-campanha (em 2018) a recriação da CPMF. Diz que a equipe econômica estuda “uma compensação” para eliminar “1 montão de encargo em troca de outros”. As explicações do presidente parecem influenciar a opinião de seus apoiadores. Dos que consideram o trabalho de Bolsonaro “bom” ou “ótimo”, 42% são favoráveis à criação do novo imposto e 33% são contra. Já dos que avaliam Bolsonaro como “ruim” ou “péssimo”, apenas 17% se mostraram favoráveis ao imposto, enquanto 64% rechaçam a ideia.

PODERDATA

Leia mais sobre a pesquisa PoderData:O conteúdo do PoderData pode ser lido nas redes sociais, onde são compartilhados os infográficos e as notícias. Siga os perfis da divisão de pesquisas do Poder360 no Twitter, no Facebook, no Instagram e no LinkedIn.
Informações deste post foram publicadas antes pelo Drive, com exclusividade. A newsletter é produzida para assinantes pela equipe de jornalistas do Poder360. Conheça mais o Drive aqui e saiba como receber com antecedência todas as principais informações do poder e da política.