Pesquisa
PoderData mostra que 48% dos brasileiros são contra a criação de 1 imposto sobre transações digitais, ideia estudada pela equipe econômica do governo. Outros 29% são favoráveis à proposta, e 23% não souberam ou não responderam. O projeto que institui o novo tributo ainda não está pronto. Deverá ser enviado ao Congresso depois, em outra parte da
reforma tributária, que está sendo apresentada aos poucos. Segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), a arrecadação do microimposto digital deve cobrir os custos da desoneração da folha de pagamento das empresas, impulsionando novas contratações. Acha que arrecadaria mais de R$ 100 bilhões por ano –embora não existam estudos conclusivos. Guedes
afirma que a carga tributária do Brasil é alta porque incide sobre uma base pequena. As transações financeiras forneceriam uma base grande de tributação e possibilitariam uma alíquota menor para outros tributos. O
PoderData explicou como funcionaria o novo tributo aos entrevistados. A pergunta teve o seguinte enunciado:
“O governo federal está discutindo a criação de 1 novo imposto de 0,2% sobre transações digitais. O imposto ajudaria o governo a reduzir o custo das empresas na hora de contratar trabalhadores. De maneira geral, você é a favor ou contra a criação desse novo imposto?”.

A proposta de 1 imposto sobre transações digitais, que poderia incidir sobre saques e transferências, remete à CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que abarcava todas as movimentações bancárias e foi extinta em 2007. O governo, porém,
rejeita essa comparação.
“As pessoas, inadequadamente, por maldade, por ignorância, falam que isso é nova CPMF, mas não há problema, o tempo é senhor da razão”, disse Paulo Guedes em audiência na Câmara, no início do mês.

Ministro da Economia em audiência na Câmara no início de agostoReprodução/YouTube/Câmara
A semelhança entre os 2 impostos parece influenciar a opinião dos brasileiros. Os mais jovens (de 16 a 24 anos), que
menos se lembram de como era cobrada a CPMF, são, proporcionalmente, os mais favoráveis à proposta (35%). O percentual desse grupo que rejeita o imposto é de 44%, taxa menor que a média geral (48%). Considerando todos os grupos, os que mais se mostraram contrários a esse tipo de taxação foram:
- homens – 52%;
- os que têm 60 anos ou mais – 53%;
- moradores da região Centro-Oeste – 55%;
- os que têm nível superior – 68%;
- os que ganham mais de 10 salários mínimos – 76%.
Leia a estratificação completa:

A pesquisa foi realizada pelo
PoderData,
divisão de estudos estatísticos do
Poder360. A divulgação do levantamento é realizada em
parceria editorial com o
Grupo Bandeirantes. Os dados foram coletados de 17 a 19 de agosto, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 481 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.
NOVO IMPOSTO X AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE BOLSONARO
O
presidente da República nega desde a pré-campanha (em 2018) a recriação da CPMF.
Diz que a equipe econômica estuda
“uma compensação” para eliminar
“1 montão de encargo em troca de outros”. As explicações do presidente parecem influenciar a opinião de seus apoiadores. Dos que consideram o trabalho de Bolsonaro “bom” ou “ótimo”, 42% são favoráveis à criação do novo imposto e 33% são contra. Já dos que avaliam Bolsonaro como “ruim” ou “péssimo”, apenas 17% se mostraram favoráveis ao imposto, enquanto 64% rechaçam a ideia.

PODERDATA
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PoderData:
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