A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (08), a Operação Êxodo, visando dar cumprimento a 07 (sete) mandados de prisão temporária e 32 (trinta e dois) mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Porto Velho/RO.
A ação da PF acontece em diversas cidades de Rondônia, incluindo Vilhena, Chupinguaia, Espigão do Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Colorado do Oeste e Pimenta Bueno e o cumprimento dos mandados conta com a participação de cerca de 90 (noventa) Policiais Federais.
Em paralelo, ocorre ação ostensiva conjunta, no bojo da Operação Verde Brasil 2, com participação da Polícia Federal, Polícia Militar de Rondônia, IBAMA e FUNAI, que realiza incursão na Terra Indígena Tubarão-Latundê para identificar as áreas destruídas pelos criminosos e alvo de desmatamento, assim como para dar cumprimento a mandado de prisão.
A investigação desenvolvida na Delegacia de Polícia Federal em Vilhena/RO, visa desarticular organização criminosa dedicada à exploração ilegal de madeiras oriundas de Terras Indígenas, em especial da TI Tubarão-Latundê, no município de Chupinguaia/RO.
Ao longo dos trabalhos, foi verificada a prática reiterada de fraudes que buscavam dar aparência lícita aos produtos florestais explorados ilegalmente, realizando, além do desmatamento das áreas de preservação, diversos outros crimes como inserção de dados falsos em sistemas, falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa.
Foram utilizadas empresas madeireiras, muitas delas constituídas por interpostas pessoas (“laranjas”), que utilizavam créditos falsos nos sistemas do IBAMA para realizar a comercialização dos produtos, buscando burlar o controle.
O dano ambiental apurado supera o valor de R$50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), gerado a partir da retirada ilegal de madeiras nobres como Ipê, Peroba, Cerejeira, Jequitibá, Angelim e Sucupira, resultado do desmatamento de milhares de hectares de áreas da União.
Os presos, após interrogados na sede da Polícia Federal, serão encaminhados à presídios estaduais, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal e responderão, na medida de sua participação, pelos crimes de organização criminosa, extração ilegal de madeira, falsidade ideológica, inserção de dados falsos e lavagem de capitais.
Além do combate à extração ilegal de madeira nas terras indígenas do sul do estado de Rondônia, as ações visam preservar as comunidades indígenas que ali vivem, que estão em risco de contágio relacionado ao COVID-19 pela atuação dos criminosos.
A Operação Êxodo recebeu este nome em referência à prática dos criminosos de migrar de uma Terra Indígena para outra, durante a exploração das madeiras, de modo a dificultar a sua identificação e combate pelos órgãos responsáveis pela proteção ambiental.