Paulo Guedes quer repassar mais R$ 2 trilhões aos bancos, enquanto o povo se humilha para receber R$ 600

24/06/2020 24/06/2020 08:05 109 visualizações
O Brasil tem ativos imobiliários que chegam a mais de R$ 1 trilhão de valor. Se acelerarmos a venda de imóveis, podemos reduzir bastante a dívida pública”, disse Guedes durante uma live nesta quarta-feira (29). Ele também lembrou que a União tem ainda entre R$ 900 bilhões e R$ 1 trilhão em participações de estatais, cujos ativos poderiam ser usados para o pagamento de juros e amortizações da dívida interna (que ninguém sabe muito sobre ela).
 Os leitores do Blog do Esmael já souberam antes que, em março, no início da pandemia do coronavírus, o governo federal destinou a injeção de R$ 1,2 trilhão no sistema financeiro. Ou seja, injetou na veia dos banqueiros recursos públicos equivalentes a 16,7% do Produto Interno Bruto (PIB).
O dinheiro era para ser drenado na economia durante a luta contra a Covid-19, porém, avalia o governo, esses recursos foram “empoçados no sistema financeiro”. O dinheiro era para manter abertas empresas e garantir empregos. Traduzindo em bom português: o dinheiro não chegou ao destino, ficou empossado nos bancos que especulam com recurso alheio. De acordo com especialistas do mercado financeiro, o dinheiro disponibilizado pelo governo “morreu” nos bancos, que preferem investir em títulos públicos.
Esclarecido isso, hoje Paulo Guedes voltou a defender mais de R$ 1 trilhão de dinheiro público para os bancos. Enquanto isso, nas filas da Caixa, milhões de brasileiros se humilham para tentar receber seiscentos reais a título de ajuda emergencial. Guedes defendeu na live que a União venda de imóveis em lotes com remição de foro para atuais ocupantes desses bens, por meio de autorização da MP 915. O texto que tramita nesta na Câmara dos Deputados possibilita o uso de um novo modelo de negócios dentro do governo, que permite à administração alavancar as operações de vendas de forma descentralizada, podendo contar com serviços de comunidades como cartórios, avaliadores, investidores, financiadores e corretores de imóveis. Outro aspecto inovador trazido pela MP é a possibilidade de que os cidadãos que vivem nas comunidades apontem os imóveis da União desocupados, inclusive manifestando interesse de compra.