A resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) às manifestações antidemocráticas neste domingo (31), em Brasília, foi imediata.
Em entrevista à GloboNews neste domingo, o ministro Gilmar Mendes, do STF, disse que manifestações contra a democracia são inconstitucionais, criminosas e devem ser repudiadas e punidas.
Os protestos em Brasília começaram na noite de sábado (30) com mascarados segurando tochas em frente ao STF. As manifestações continuaram ao longo do domingo e contaram com a presença do próprio presidente Jair Bolsonaro.
“A mim me parece que isso precisa ficar muito claro. Manifestações antidemocráticas elas não apenas são inconstitucionais, mas elas se revelam criminosas e elas têm que ser repudiadas e punidas”, afirmou Gilmar Mendes.
A mobilização de apoiadores bolsonaristas para tentar acuar o Supremo teve efeito contrário. “Isso não nos intimida”, ressaltou Gilmar Mendes.
Há forte preocupação no entorno de Bolsonaro com o avanço do chamado "inquérito das fake news", que apura ameaças e ofensas ao Supremo.
O temor é a investigação atingir o "núcleo familiar" de Bolsonaro, com o mapeamento de financiadores, coordenadores e até parlamentares que integram o esquema de disseminação de informações falsas.
As mobilizações desses últimos dias para tentar intimidar o STF tiveram efeito contrário ao esperado. De forma rápida, o plenário do Supremo deve validar o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na última quinta-feira (28), o ministro Edson Fachin enviou o pedido de suspensão do inquérito feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) para análise de todos os ministros e pediu que o caso seja pautado.
À GloboNews, o ministro Gilmar Mendes disse esperar que nesta semana ou na próxima o plenário do STF analise a validade do inquérito “para que então não haja nenhuma discussão sobre o trabalho que vem se realizando”.
“É um instrumento de defesa constitucional da Corte e foi reconhecido inclusive pelo dr. [Augusto] Aras”, acrescentou Gilmar Mendes.
O ministro do Supremo criticou as fake news e afirmou que “o uso político dessa desinformação, toda essa rede de militantes e robôs que se identificam e contribuem para difusão precisa ser revelado e combatido”.
Gilmar Mendes alertou também que a disseminação de informações falsas pode ser muito danosa para a democracia.