A COBRAPOL, ao lado das demais organizações que representam os profissionais de segurança do país, encontra-se numa verdadeira cruzada em defesa da preservação do caráter diferenciado da aposentadoria policial no texto da reforma previdenciária que tramita na Câmara dos Deputados. Estamos roucos de tanto dizer que não buscamos nenhum privilégio nessa luta, muito pelo contrário, mas tão-somente o reconhecimento das atividades de risco que desempenhamos e a necessária e justa contrapartida em nossas aposentadorias, ou seja, o mesmo tratamento conferido aos militares. Em se tratando da mulher policial, mais motivos ainda para empreendermos essa batalha, pois, como disse recentemente a dirigente do SINPOL-RN, Edilza Faustino, na Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 6/2019), “as mulheres policiais vivem, todos os dias, situações de extrema violência, pois quando saímos de casa não sabemos se vamos voltar” e “assim como os homens, nós também trocamos tiros e somos cassadas (pelos bandidos)”. E perguntou: “como é que essas mulheres que dão sua vida como escudo para a sociedade têm que se aposentar aos 55 anos de idade?”, concluindo que “fico muito triste quando eu vejo mulheres defendendo a igualdade e que o começo tem que ser pela Previdência. O nosso país ainda está muito longe de ter igualdade de gênero e não será com essa reforma que essa igualdade será atingida”. Segundo Edilza Faustino, o livro Operários da Violência mostra que os policiais representam, hoje, a categoria mais acometida pela Síndrome de Burnout (distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes), só perdendo para os mineiros de carvão. Nossa total solidariedade à luta das mulheres policiais por uma aposentadoria digna e justa, pois essa também é a nossa causa, a causa de todos os trabalhadores policiais civis do Brasil que esperamos ser reconhecida por uma questão de direito e de justiça! Brasília (DF), 30 de maio de 2019 ANDRÉ LUIZ GUTIERREZ Presidente